Empresas americanas fornecedoras de serviços de computação em nuvem já começam a sentir os efeitos comerciais das denúncias do ex-técnico da CIA, Edward Snowden, sobre a espionagem indiscriminada de comunicações telefônicas e Internet realizada pelos Estados Unidos.
Uma pesquisa da Cloud Security Alliance, entidade que reúne cerca de 150 atores de cloud computing – como Amazon, Cisco, Microsoft e Tata – indica que já há projetos de implantação originalmente firmados com empresas dos EUA cancelados. Pelo menos 10% dos entrevistados afirmaram terem desistido de contratar provedores americanos.
A pesquisa, chamada de ‘Acesso do Governo à Informação’ foi realizada entre 25 de junho e 9 de julho com cerca de 500 empresas em todo o mundo e mirou especificamente no impacto das denúncias do ex-espião, com perguntas diretas sobre o efeito da espionagem nos negócios.
Entre as empresas que se identificaram como ‘não-americanas’, 56% declararam estar menos inclinadas a contratar serviços com provedores de computação em nuvem baseados nos Estados Unidos, por conta das revelações sobre o acesso do governo dos EUA aos dados. Para a CSA, são números preocupantes.
“Os resultados apontam para uma grande preocupação com o impacto nas atividades comerciais da computação em nuvem como consequência dessas notícias. A CSA clama aos principais responsáveis que adotem um diálogo público para discutir questões de privacidade dos cidadãos e transparência.”
Não chegam a ser resultados surpreendentes. A vice-presidente da Comissão Europeia para temas da agenda digital, Neelie Kroes, já tinha avaliado que as empresas americanas que fornecem serviços de computação em nuvem sofreriam “perdas significativas”. “Quem teme que suas comunicações estão sendo interceptadas de alguma forma deve utilizar serviços que não passe por servidores americanos”, afirmou.
