Como passageiro frequente, já cheguei a um nível onde que posso recitar de memória a instrução repassada pelas comissárias de bordo no início dos voos, o que obviamente inclui a frase “Respeite o aviso luminoso de atar os cintos, mantenha-os atados durante todo o voo“.
Igualmente a maioria das medidas de segurança, cintos são chatos e incômodos, especialmente se você possui excesso de carga na região abdominal. Entretanto, igualmente a maioria das outras medidas de segurança, cintos estão lá por um motivo básico: Proteger os usuários.
Essa lição foi aprendida da maneira mais difícil por 12 dos 188 passageiros e tripulantes do voo JJ8065 da TAM, que ontem (01/09/2013) fazia a rota Madrid – São Paulo e após ser atingido por uma forte turbulência, se viu obrigado a fazer um pouso de emergência as 1h43, no Aeroporto Internacional de Fortaleza.
Felizmente não houve vitimas fatais, mas devido ao horário da turbulência (aproximadamente 0:15 – hora de Brasília), várias pessoas estavam dormindo sem o cinto de segurança, e se machucaram ao bater a cabeça no teto do avião.
A turbulência que atingiu o JJ8065 foi do tipo “ar claro”, que é conhecida tanto por ser mais de difícil detecção como pelos ventos fortes. O uso do cinto de segurança não evitaria completamente o problema, mas certamente diminuiria o número de feridos.
Infelizmente ainda vivemos em uma cultura onde – seja nas nossas vidas pessoais ou no ambiente corporativo – tentamos burlar regras de segurança que nos parecem incomodas. Lembrar de senhas complexas, utilizar técnicas de criptografia para proteger arquivos sensíveis, sempre parece algo desnecessário até o momento em que ocorre o incidente. Nunca a frase “A comodidade leva a vulnerabilidade” foi tão verdadeira.
Turbulências sempre vão existir, e quer seja durante um voo ou em seu ambiente corporativo, a regra de ouro é sempre respeitar controles de segurança – mesmo aqueles que não compreendemos e que nos incomodam. A outra opção é normalmente bem mais dolorosa.
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