BitcoinAutor: John Dunn

O idealismo e a conveniência por trás das moedas virtuais, como o Bitcoin, estão em risco de ser prejudicados à medida que seu uso por criminosos profissionais cresce a níveis inaceitáveis​​. É o que mostra um relatório da empresa de segurança McAfee.

A lista de problemas práticos e conceituais na visão da empresa talvez não seja particularmente original – muitos críticos têm identificado potenciais falhas em sistemas de moeda virtual, mas serve como um lembrete da sua crescente importância para cibercriminosos.

Moeda do cibercrime

Apenas duas semanas atrás, o FBI fechou o site Silk Road, prendeu o seu operador Ross William Ulbricht e apreendeu vários milhões de dólares de Bitcoins – que supostamente estavam ligados à venda de drogas.

E o que estava ruim, ficou ainda pior. A página também parecia estar oferecendo outros serviços criminosos, tais como assassinos de aluguel, tudo possível graças ao anonimato dos Bitcoins.

“Nós o incluímos [o exemplo assassino] para demonstrar que a confiança na privacidade das moedas virtuais permitiu a venda de alguns serviços assustadores”, disseram os autores do estudo da McAfee.

Em outros lugares, como a McAfee também aponta, os usuários de Internet estão agora sob ataque de botnets maliciosas que utilizam os PCs das vítima para criar ou fazer a “mineração” da moeda.

O problema com este tipo de abuso é que, como demonstra a Silk Road, o seu nível de crescimento está corroendo a questão filosófica do Bitcoin, ou seja, que ele oferece uma rede independente do sistema financeiro global ou de governos que o regulam.

“A proliferação das moedas digitais abastece a proliferação de ferramentas e serviços necessários para o cibercrime. Estas, por sua vez, ajudam a alimentar o crescimento do cibercrime, e outras formas de corrupção digital”, disse CTO EMEA da McAfee, Raj Samani.

“Além disso, os desafios que essas moedas enfrentam vão além de sua propensão para o uso em lavagem de dinheiro – para ataques direcionados a bolsas de valores e malwares desenvolvidos para atingir carteiras digitais”.

Federais podem intervir

A prova de que as moedas virtuais tornaram-se um mecanismo para o crime online e físico possibilita a intervenção em larga escala pelos governos.

Há vários precedentes para isso, disseram os autores do estudo, incluindo o fim do e-gold e, mais recentemente, do Liberty Reserve – ambos fechados pelas autoridades americanas por suas ligações com o crime.

Na medida em que é um sistema sem atrito e aberto regido pela matemática da taxa na qual novas moedas são criada, o Bitcoin pode não ser tecnicamente fechado, mas o aviso é claro: os usuários legítimos (e saliento que há muitos desses) estão assumindo um risco.

“As moedas virtuais não vai acabar. Apesar dos desafios colocados pelos aparentes ataques DDoS, o uso dessas moedas para lavagem de dinheiro e a facilitação para o cibercrime, as oportunidades também são abundantes para usos legítimos. Ignorar esta oportunidade de mercado provavelmente irá custar aos potenciais investidores legítimos receitas significativas – mas falhar em enfrentar os potenciais riscos pode custar muito mais”, conclui o relatório.

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Fonte: PCWorld